Quebrando a luz e a escuridão me engole... Tão doce,
Para não sentir a dor, simplesmente me entreguei,
E pensar em você?... Me limitei.
Sorvi lentamente o veneno dos pensamentos vazios,
A dor ainda estava ali, marcada permanentemente,
E sempre vai estar, nada vai curá-la e eu sei.
Deixei você se perder nas lembranças,
A dormência percorrendo meu corpo...
A dor desapareceu num som fraco em segundo plano,
Livrei-me por um momento das feridas abertas.
É tão gostoso este estado,
O que mais posso sentir?
Protegido da dor sentimental que esquarteja o coração.
Mesmo que seja momentâneo e eu sei que é,
Mas eu não posso me privar de sofrer?
(Por algumas horas não compreendidas)
Anestesiei meu coração contra a fatalidade do amor
E engessei meus pensamentos contra você,
Engasguei cada palavra da tua voz que nunca me amou,
Que, comigo... Somente brincou.
Por enquanto, nada pode me ferir... Por enquanto.
O que me resta, ainda aproveitarei esta anestesia de sentimentos
Que vai passando com o tempo.
Esperando que algo aconteça, que eu descubra um remédio que cicatrize,
Mas enquanto isso, continuarei aqui, entorpecido...
Deixando que o buraco no meu peito seja amortecido
pela inconstância da minha mente,
Que ele seja anestesiado
Pelo controlamento das batidas do meu coração.
Ficarei aqui, aceitando o entorpecimento do silêncio e da solidão.
Acho que estou apaixonada pela minha tristeza....