não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu
com a máquina o meu pai - o dia com o passar do tempo parece-me parado. como a fotografia - a minha irmã contínua com as mesma feições. o meu irmão contínua a fechar os olhos para o sol. a lurdes. segunda mãe. continua a rir para o tempo amarrada à sua fé. e até a minha mãe. hoje ainda mais bonita apesar dos seus 86 anos. contínua a segurar em mim com o dobro da preocupação para que nenhuma desgraça aconteça – dar movimento à foto é fácil. basta escutar a voz do meu pai a dizer: - agora não se mexam. não se mexam. já está – de seguida uma gargalhada invade o sossego da vida – é um pai a viver como todos os pais deveriam viver – tenho a certeza que era domingo. nesse tempo havia sempre mais família aos domingos