Perdi-me de mim, antes de me encontrar já estava perdida, antes de me perder já me cheirava a esquecida numa memória que retém tudo, como é possível se melembro de tudo ao mesmo tempo não me lembrar de mim e me perder como se fosse um grão de areia no deserto.
Perdi-me em arestas firmes e seguras, em muros de batalha que nenhum guerreiro atravessou, perdi-me na solidez dos movimentos e na amplitude dos contratempos, na breve leveza de o ser porque a mim custa-me a solidão como me custa não saber de mim neste canto do mundo tão abandonado que nem esperança encontro aqui.
Perdida, só, que mundo mais me resta que não seja o meu inteiro, meu mundo inteiro que carrego no coração que abandonado ainda sente como sempre sentiu, um bater cada vez mais acelerado.
. façam de conta que eu não estive cá .