E serei aquele que volverá sempre
por entre veredas e giestas
que de ti nunca está ausente
mesmo que estalem na aldeia as festas.
Pois só em ti eu me revejo
olhos nos olhos a perderem-se de vista
e tudo aquilo que prevejo
é o que aqui entre nós não dista.
Murmúrios na noite distante
lembram o quão é distinto
amarmo-nos aqui doravante
o que no passado foi instinto.
Muitos caminhos percorremos até aqui
obstáculos ultrapassamos
mas eu só quero é saber de ti
e nunca nos queixamos.
Sempre recta e humildemente
mostraste que o amor era possível
apesar da distância aparente
há em nós um momento apetecível.
E é nesse momento que nos amamos
trocamos confidências e segredos
e tudo eis que sublevamos
temores receios e medos.
E num beijo demorado ao luar
abraçados nesse nosso respeito
pergunto-te se me queres enamorar
o que tu sorris ofegando o peito.
É que há sempre uma renovação
a ser lembrada diariamente
que em cada um de nós há uma emoção
a ser dirimida presentemente.
Jorge Humberto
07/05/11