nesse aperto onde as flores se ausentam da oferta
nas águas paradas do ribeiro
em cada um dos seus dias
perante a penumbra de cada recta
onde o hoje não correspondente
ao amanhã
a esperança a cada acolher do oceano
no sabor de tanto amargo em sua boca
como pretérito inacabado
numa ponta de lança desventrando o ventre
a cada súbita paixão sem continuidade
a solidão se esfrega em si
num aperto
tido por semelhante ao afogar
culminando num corpo teso e inerte
onde a última morada o anseia
até à próxima encarnação
António MR Martins
2011.05.07
António MR Martins
Tem 12 livros editados. O último título "Juízos na noite", colecção Entre Versos, coordenada por Maria Antonieta Oliveira, In-Finita, 2019.
Membro do GPA-Grupo Poético de Aveiro
Sócio n.º 1227 da APE - Associação Portugues...