Matem-se as flores secas quando já estão mortas e nunca se há-de matar o cheiro que delas emana porque esse é a alma que guarda. Matem-se os rios e as águas que neles passam, matem-se os pássaros mas nunca se há-de matar a liberdade, nunca se há-de matar a liberdade do correr das águas ou a liberdade do voar dos pássaros. Podem matar tudo agora que não me matarão porque serei lembrança, memória, recordação, na voz dos mais audazes, no coração dos mais frágeis, nos olhos dos que me viram, serei para a eternidade, flor, rio e pássaro com o sonho da liberdade preso entre os dedos das mãos caladas e pousadas sobre o corpo.
. façam de conta que eu não estive cá .