Eis aqui o meu buquê de autênticas flores
Não são flores de plástico, em pseudoflorais
Pois não quero o inanimado de falsas cores
Só cores verdadeiras, de bosques sentimentais...
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És do apagar das luzes, o meu nirvana
A flor que rompe e brota no frio do meu concreto
Um jardim de fogo, pétalas em chama
O meu particular, um segredo em aberto...
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Seu aroma exala, como ao de um ramalhete
É forte sua presença esparramando-se ao ar
Derretendo flores geladas em taças de sorvete
O gosto do amor, aflorando em meu paladar...
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Vou preparando assim o meu suntuoso jardim
Pois lhe trago além dos limites de minha afirmação
Então lhe cerco de atenção, essências de jasmim
Menina Flor que habita em meu coração...
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Quero gotas de cristal, e poesias de folhetim
No meu dogma de sentimentos florais
Entre sais de banho e lençóis de cetim
E velas aromáticas derretendo nos castiçais...
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Pra receber a Flor da aurora no céu
Com seu brilho, flor do caminho de Dantes
A mortalha rasgada que foi levada ao léu
Nas exéquias de corações errantes...
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Agora não enfermaremos nesta saga doentia
Por que não há praga que corrompa o nosso amor
Ele é o soberano, que ultrapassa as dinastias
Minha poderosa senhora, emblemática na flor...
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Pois flores enfeitam o lúgubre da morte
Mas eu enxergo-lhe até nessa insensatez
Pois nas flores, enxergo meu amuleto da sorte
Perfumando as chagas de minha tez...
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A rosa na boca, cala os mentecaptos
Quero-os assim calados, desejo agora lhe amar
Flores paramentando os meus pequenos atos
Menina flor, que ao meu leito venho enfeitar...
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Ensaio-te assim, versículo-a em minha palma
Minha bíblia de flores, aromatizadas por fim
Para agitar minha vida, abalar minha calma
A alma explodindo, com seu poderoso festim...
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Meu argumento é libertino, é meus olhos podem falar
Pois ficam as espreitas, e reconhecem seus movimentos
As mil maneiras, em que desejo lhe amar
E flores de laranjeira, adocicando este momento...
Uso em meu vernáculo, frases carregadas de amor
Frases quentes em labaredas, como flores termais
Queimando os sentidos, num toque arrasador
E depois me arremessa ao céu, como flores celestiais...
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O sabor picante, que na minha boca arde
Meu tantrismo, alterado ao seu toque iconoclasta
Mas na terra dos deuses, a sua presença invade
Com flores que ao meu corpo devasta...
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Por quê entre nós há um ser misterioso
Ocultado tácito por entre nossas flores
Regras quebradas, não sou nada criterioso
Pois pulsa em ti flor, o meu sangrar de amores...
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