O silêncio duro e prolongado teima em ficar
E o meu anseio por um qualquer som que me
Toque o coração continua com uma densa
Penumbra desafiante a erguer-se a cada instante e
Envolta em escuridão ouço o teu canto
Que sorri demorado e me perpétua o
Silêncio forçado pelo rasgar de uma
Gargalhada seca e estridente a
Entranhar-se num ser tão meu e
Tão ferido de ausência de barulho
Melódico e estranhamente meu
Fornecendo cada vez menos sentido à
Minha dormência por falta desta voz que me
Preenche as entranhas arqueadas do oco
Serrar de doloroso anseio meu deste
Som cuja saudade me permite concluir uma
Dor de agradável barulho a envolver-me a vida