Sei que nasci na minha própria Terra Sagrada. Que fui protegida em todo o meu ser desde que o Sol em mim brilhou. Que fui abençoada.
Mas o mundo fora desta Terra?
O mundo que agora se impõe e que enfrenta cruelmente?
Diz-me Mãe, sou obrigada a enfrenta-lo? Claro que sim.
Diz-me a maneira de lidar com todo este mal que cresce, toda esta podridão que tenta chegar até mim.
Aqueles que nos querem fazer mal, não posso também desejar-lhes mal? Sentir a raiva ferver dentro de mim, como algo que me envenena e me deixa terrivelmente frustada, não posso, Mãe?
...
Olhei o céu hoje, revoltada, procurando respostas, tentando encontrar a paz em ti, mas esta noite, não teu encontrei.
Não me olhaste.
Sei que continuas aí, a olhar por mim e para mim, pois sou tua filha.
Sei que esta Terra sagrada onde nasci será o sitio onde também morrerei.
Mas sei que já não posso evitar o mundo, sei que não me olhaste porque também sabes.
...
As lágrimas que agora nascem nos meus olhos temem o mal em que mundo se tornou, Tu também sentes, por isso hoje apenas me deixaste o luto da tua noite.
Eu percebi-te.
O mundo está a morrer aos poucos, e os que tentam, já não chegam, muito menos os que sabem.
Que é feito da Alma das pessoas Mãe?
Sabes?
Isso eu já não sei...