(Por ter vestido uma camisola com «bom dia» bordado do lado esquerdo do peito)
Era uma cidade na interpenetração da noite e do dia.Era uma cidade que com gente ainda na rua adormecia.Era uma cidade naquele dia em que se desvaneceu o escudo e vieram das profundezas de abismos secretos, exércitos de aranhas empoeiradas, plantar uma melancolia corrosiva e aceleradora de forças odiosas, geradoras de inconfortabilidade, mas de libertação.
Ah! Libertação! Mesmo num chuto num balde de lixo, com papéis rasgados a voarem, mostrando o caminho a uns pensamentos e os restos orgânicos que se colam nas paredes em splashs de acordar a loucura, de suportar a teimosia, de construir mais um dia que no fim se desmorona em desejos de adormecer esquecendo. Mas a loucura está escondida
não se sabe onde, algures num vácuo ou lacuna de consciência não muito clara e não despertou.
Depois proclaman-se julgamentos e deseja-se comprar uma boina para contrariar o relento que se envolve nos cabelos revoltos pelo vento e a falta de pente.
Os cigarros para arderem ferroadas interiores e apagarem olhos que escrevem nas testas mordeduras e rosnos, porque não comê-los para enganar os desejos de devastar paisagens de camaleões?
Antes de vestir «bom dia» à meia noite, ondula a visão com o calor que se transmutou para os objectos talvez e as mãos são frias, para se acariciarem darem oceanos gelados. Simplesmente os «bons dias», desta vez, não tinham sòmente impotência de tornar verdadeira a professia, mas sabiam a quente também, ele não sabia verdadeiramente a quê, mas a qualquer coisa de quente de lhe deixar aflorar lágrimas. A ternura é quente, não? Não como a gente que o olhou na rua de frente e lhe cuspiu na manhã clara e quase em si ausente, um «bom dia» salobro. Foi então que achando estranho, seguiu um dos olhares desabituais e descobriu-o no peito, do lado do coração.