-Nem sequer te vi, mas calculei que fosses tu.
-Por aqui?
-Até ver.
Estava numa festa de despedida e olhava à sua volta, encontrando apenas desconfiança.
Este sim é um verdadeiro pesadelo.
Deposito o vazio em tudo o que me rodeia, é o melhor que tenho a fazer.
Tirei fotos, fiz um vídeo, gravei a minha voz e não me consegui reconhecer. Parecia tudo muito estranho, Ajudem-me a afogar este ser não sinto o meu andar e não vejo o meu reflexo.
Acordo sufocado pela tua presença imaginária, pinto um quadro e que mal que fica!
Realmente…
Opto por ouvir música e torturar-me de ruídos estridentes.
Vizinhos descontentes.
Vou viajar.
Beija-me nos lábios, fixa o teu olhar, desvia atenções, aperta-me com força esquece as pressões.
Estou deprimido, continuo contente, ignoro a mente, não sinto o corpo e de novo não estou ausente.
Nada de novo, nada diferente.
Um sorriso rasgado, não obrigado.
È falso rir sem vontade e a vontade de rir faz do ser um palhaço.
Manuel Rodrigues