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(DES) ilusões de uma vida amorosa

 
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Conservo o meu amor para as coisas que o meu coração considera as mais especiais. Seguir os paradigmas impostos é permanecer ingênuo, agir por impulso, contar com as possibilidades. Em um átimo digo “Eu te amo”, bem como nunca penso em fechar as portas ao te amar. São ações inerentes ao meu comportamento: primeiro errar, depois reconhecer; com as falhas aprender, e, deixando o sofismo de lado: ensino. São com os desacertos que se estabelecem pessoas importantes. Todos um dia cometeram erros ou hão de cometê-los: seja de maneira maldosa, inocente ou um simples descuido. Errar é inevitável. A arte do erro consiste em aprender com ele a não errar mais.

Por mais perfeita que possa ser uma flor, ela, um dia, deixa cair sua pétala. Assim são os seres humanos: vão feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso. Faz-se necessário o meu pedido de perdão. De antemão digo-te: perdoar é o modo mais nobre de crescer. Crescer no amor, no intelecto, crescer como pessoa. Poucos conseguem adquirir este crescimento, destarte, existe a maioria de pessoas mínimas.
E a um caído como eu só resta pedir perdão, pois seria o único modo de me levantar. Àquelas lembranças que sujam o meu passado não há mais nada a chorar. Apenas sinto a dor do remorso, que posteriormente agrava-se ao desejo insano de voltar atrás. E como se Cronos ouvisse a minha voz eu suplico: volte aonde eu errei.

O passado se dissipa, o futuro são ações decorridas do hoje. Preciso viver o agora para depreender o amanhã. É por isso que se chama “presente”. Exorto, porém à minha própria depressão: tenho que entender que não importa em quantos pedaços meu coração foi dissipado o mundo não espera para que eu o conserte. É preciso refletir que o tempo não é algo que se possa voltar. Por isso construo minha própria vida e planto o meu amor. Não posso esperar que venha alguém e me de o seu.

Quem é aquele que pode me dizer: “Eu sei o que é amar”? O amor nunca é como o conceituamos. Verdades demoram anos para serem construídas e segundas para serem desmanchadas. Há, em um relacionamento, períodos em que não necessitamos de um amor, ou de uma paixão a nível desmedida. Não queremos os lábios ou o conforto do calor nas formas. Há certas circunstâncias em que só queremos a mão no ombro, o estar presente ou um simples eu te amo.

É estranho pensar que devemos ficar distantes. Fique sabendo que cada distancia sua aumenta a proximidade do meu amor à perfeição.E que a saudade alimente as esperanças. Esperanças de um platônico esmorecido. Termino incompreensíveis palavras com o mais complexo gesto: Eu te amo.

Ricardo Madara.

 
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ricardomadara
 
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