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veritas in vino

 

E se de repente...
Alguém te oferece um milhão, o que serias capaz de fazer para o teres?
Sim um milhão, aquela quantia!(não importa o cambio).

Assim surgiu a pergunta no meio de uns desmiolados após se ver o filme "proposta indecente", que se juntaram em mais um serão, sem nada para fazer, senão beber.

Cada um defendeu a sua “dama”, por entre argumentos, contra-argumentos e muita gargalhada.

Os ânimos exaltaram-se e, como sempre e, apesar de não haver unanimidade lá nos fizemos ouvir e, ouvimos o que cada um tinha para dizer.

Claro, como não podia deixar de ser, defendi meus pontos de vista, assentes no princípio de que não era vendável, mas há medida que o calor aumentava (não sei se pelo efeito do álcool), meus princípios inabaláveis ficava cada vez mais frios, e sim...tenho um preço!(concluí), Não sei o seu valor, nem sei o que estaria disposta a fazer para o obter, mas que tenho um preço lá isso tenho.

Em diversas situações a minha “cotação” tem sido posta no “mercado”, e o curioso é que não tinha tido essa percepção tão consciente até aquele momento em que se levantou a polémica.
Várias imagens em flash se projectaram na minha mente e de facto já tinha me vendido por tudo e por nada, assim como já tinha feito “compras”, sem no entanto ter usado, a dita moeda de troca, (dinheiro vivo).
Outros valores estiveram em negociação: competição, manipulação, risco, ousadia, prazer... Sempre com os mesmos objectivos, sucesso final. Mas acredito sempre tentei olhar os meios para atingir os fins.
Acredito que o dinheiro possa comprar interesses, mas não compra sentimentos.

No entanto, não pude deixar de questionar a natureza dos meus valores. Serei assim tão pura que nas minhas “leis de mercado”, o dinheiro em cima da mesa conspurca-me?
Estando em causa bens materiais tornar-me-ia menos digna? Denegriria meus valores?
Quero crer que sou alguém sem falsas moralidades,no entanto sei que posso estar revestida pelo estigma de valores herdados, que quando não entra dinheiro estamos sempre mais próximos de um possível perdão.

Confesso que neste momento seria mais sensato e mais honesto da minha parte, colocar um letreiro com o preçário, e sempre poderia dizer: " ok!! Esta é a minha parada, Quem topa?".

E, se de repente te oferecessem um milhão, que farias?


" An ye harm none, do what ye will "

 
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HorrorisCausa
 
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Enviado por Tópico
goretidias
Publicado: 25/09/2007 15:05  Atualizado: 25/09/2007 15:06
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Mensagens: 1237
 Re: veritas in vino
Se me oferecessem um milhão, por certo faria muita coisa, mas não creio que seja bem essa a questão. Pareceu-me, da leitura de todo o texto, que seria mais: que daria eu em troca de um milhão... porque quando nos é oferecida alguma coisa, apenos temos ou não que a receber. O outro caso é assunto de compra e venda - negócio! E em negócios não sou muito boa...
Tens razão quando dizes que sentimentos não se compram. É que não compram mesmo, ainda que queiramos comprá-los ou vendê-los! Não é negócio que se faça de verdade e com verdade. Podemos vender ou comprar o corpo até, as carícias e sei lá que mais... o sentimento jamais!
Sei que há gente que pensa o contrário, há gente que pensa que tudo pode comprar... pobres loucos... talvez consigam apenas comprar a indiferença... quando muito!
Um abraço

Enviado por Tópico
Cõllybry
Publicado: 25/09/2007 18:13  Atualizado: 25/09/2007 18:13
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Usuário desde: 01/04/2007
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Mensagens: 589
 Re: veritas in vino
Ficaria preocupada, porque ninguem dá nada a ninguem...o vil metal distorce o valor real...

Doce beijo