Ela veio recolhendo as sombras,
sorrindo manhãs libertou os pássaros
dos sonhos que nunca entenderam:
o café exclama decisões,
eu só posso amar a mulher
que tem o anjo erguido do olhar
Ela veio salpicando deleites no cobertor velho,
e no abismo estrelas acenderam a noite em festa:
uivo tão louco de solidão que o silêncio resultante prova:
o homem moderno que eu fui mudou-se
e o que resta é o passado sem pergaminho
ou foto na parede, apenas o passado das ruas sem asfalto
Por maior que seja o passo, como posso entrar em cidades
eternas ou empunhar armas exóticas em mercados persa,
sem a mulher que conhece a medida da magia?
como posso sentar na mesa de manhã se o amor é uma cadeira vaga?
eu apenas aprendi a amar, nada sei das máquinas
que suportam a lógica do mundo, conheço o milagre porque sei o que é o orvalho
Eu preciso demais do teu amor vindo do anjo, preciso do sabor do teu sonho,
vivo permissões que apenas as artes de Salomão encerram,
preciso do teu amor p'ra subir a serra em que o bruxo troca a sombra pela alma,
e com a chama das eternidades perfilada na saudade
chamar teu nome com a única força que permanece intacta:
o teu amor, o teu amor único e declarado sobre todos os juramentos
ERIKO ALVYM
[size=medium]Eriko y Alvym[/size]