Rogo, em vão, aos ventos nas frias montanhas. A brisa soa em minha face tornando-a morta perante o meu espírito. De que vale amar alguém quando um dia se fica sozinho?
Não há luz no abismo abaixo de mim, não há calor em meu corpo, não ouço a minha voz. Como um espírito amaldiçoado por seus atos, voo entre o céu iluminado por uma lua cheia escondida entre as nuvens. Onde estou não há pessoa alguma para que Eros possa a eu juntar.
Dinheiro, fama e poder. São nessas ilusões que se perdem os homens, que os cativam, torna-os escória da pior espécie possível. Hoje as almas que eu caçoava choram por mim. Quer dor maior do que o perdão vindo das pessoas que você mais amaldiçoou, feriu, matou? Mesmo depois de tudo, elas te amam, e como se nada tivesse acontecido abraçam-te e convida-o para ceiar.
Como se não possuíssem valor joguei fora os meus tesouros: foram longe os meus amigos, a minha família e ela, a pessoa na qual eu amava. Nunca fui de saber expressar o que realmente sinto. Aliás, nenhum ser humano é 100% honesto consigo mesmo. Muitas vezes, aquele menininho sapeca quer apenas chamar a atenção, pois esta carente de amor.
Para tudo tem um preço. Ah, que ironia, até mesmo no espírito o abstrato age com o capitalismo? O que diria Marx sobre isso? Continuo a indagar-me. Pois bem, não compreendo o porquê da existência de um ser tão complexo como o ser humano.
Estes são amigáveis e inimigos, amorosos e cruéis, gentis e egoístas. Dizem boas palavras, agem com hipocrisias.
Agora, já morto, de que vale as palavras de um espírito esquecido? Não se reza pelos mortos, pois estes já pagam por suas sentenças. Aqui deixo escrito o que o meu coração se imunda. E que jamais, ideologias como estas possam ser esquecidas das mentes que as ouvem. Busquem a verdade enquanto estiverem vivos. Descubram o porquê de a real filosofia humana ser dividida em dois. Pois pelo ódio matamos e pelo amor morremos.
Ricardo Madara