Há para aí tanta gente com necessidades,
sem ter o que comer sem ter onde dormir,
fazendo de sua casa, as enormes cidades,
olhos imensos e vermelhos de tanto carpir.
Vivem na essência de esmolas e caridade,
da boa vontade alheia, estendendo a mão
a quem passa apressado, sem identidade,
julgam-nos inoportunamente sem coração.
Eles sabem bem o que é viver do interesse
dos outros, que os repudiam como bichos,
e os têm de má fé no intenso desinteresse
pelo que dizem as Bíblias: vivem em nichos.
Muitos trabalham, apanhando a vil escória,
umas míseras moedas para enganar a fome,
e agora que se fala em Paixão, sua história,
é andarem neste mundo sem ter nem nome.
Jorge Humberto
24/04/11