A vida ou a morte, depende do entendimento, é a coisa mais sociável que o Mundo tem.
A nascença, é símbolo de uma nova vida, a morte é o chegar ao fim de um ciclo que todos ou quase todos conhecemos, mas quando a morte chega sentimos um choque que nos perturba, a não ser que em vez de ter um coração feito de músculo seja uma pedra fria que está no nosso corpo.
Quando digo que todos nós conhecemos, nem é sempre assim. Aqueles que como eu, mal grado os meus problemas de saúde estou talvez a chegar aos 80 anos graças à medicina, ao meu cardiologista e não a Deus como muito pensam, sou um privilegiado. Porquê? Porque simplesmente há os nado-mortos, esses não conheceram nem a vida nem a morte, porque nasceram mortos.
Mas dizia eu na minha fraca filosofia, que sabemos que vamos morrer mais tarde ou mais cedo e é preciso não ter coração para não sentir um certo mal estar quando alguém que conhecemos ou por vezes nem sequer conhecemos (vejamos o caso das catástrofes ditas naturais) que nos causa sempre um sentimento de revolta.
O que vos vou contar em seguida, a ninguém diz respeito, é pessoal, mas o meu coração obriga~me a vos confessar coisas da minha vida intima, sempre tive como objectivo na minha maneira de ser, de ser sincero, não ter segredos para ninguém, é um defeito? Talvez, para mim não, é uma abertura da alma.
E tudo isto porquê? Talvez para alguns de vós vou divulgar um segredo, para outros não.
Casei-me ao 21 anos, da minha esposa tive quatro filhos, duas meninas e dois rapazes, que sempre adorei e adoro, Tenho netos e bisnetos.
A nossa vida marital a partir de um certo momento deixou de ter o perfume do amor. Ela sempre me respeitou, mas os nossos caracteres não eram compatíveis. Os dois éramos do signo do Aquário, eu nasci no dia 31 de Janeiro de 1932 e la no mesmo dia, mas em 1931.
Mal grado as nossas discordâncias, vivemos juntos 21 ano.
Ao fim desse tempo, chegou um divorcio, que muito nos feriu, tinamos filhos de tenra idade, mas para os dois foi a melhor solução, solução que ela nunca aceitou.
Acabei por voltar a casar e já lá vão 37 anos, somos felizes. Aquela felicidade que nunca usufrui do meu primeiro casamento.
Hoje, recebi uma má noticia, a minha primeira esposa, o meu primeiro amor, morreu.
Esta manhã, o meu filho mais velho, como todos os dias o fazia, foi a casa da mãe, ela não respondeu, chamou os bombeiros e ela estava na cama, mas morta!
Tantos anos de vida comuna, tantos anos de discórdia, o meu amor por ela, tinha, julgava eu, terminado e se escrevo este texto, é porque verifico que, tenho com a minha esposa uma vida feliz,
mas a tristeza me invadiu e sinto-me imensamente triste pelo seu desaparecimento.
Afinal, pergunto; será que o amor acaba no dia de uma separação? Hoje, mal grado os maus momentos que vivemos juntos, não creio! O amor é eterno.
Peço-vos desculpa, mas precisava de aliviar um pouco a minha alma.
Obrigado a todos e não esqueçam o amor é sempre amor!
A. da fonseca