Os sentidos hoje falaram comigo; cochicharam em meu ouvido verdades secretas
que não conhecia a meu respeito. Disseram-me, que por maior que seja o quanto
espero sentir, ainda assim... Não consigo me condensar na exatidão...
Houve apenas um momento em que cheguei mais próxima do que consigo
imaginar - quando a ponta dos meus dedos deslizaram em uma superfície de poros
falantes que me conduziram ao mais profundo e destemido prazer vindo de minha
atmosfera intima, quando toquei em você pela primeira vez, o sol nasceu de madrugada...
Quando o toquei por primeiro, a boca em seu interior tornou-se um lago de
vontades; os olhos retiam o brilho da estrela roubada na véspera, quando te vi
passar por mim e levaste tudo que eu sabia;
enquanto olhava seu corpo que é tudo que espero para me sentir mulher.
Toquei passeando tranquilamente nas costas de temperatura árdua, de vez em
quando, um poro brincava sorrateiro, se abrindo, exalando umidade instigada que
eu lambia com a língua sedenta e cheia de amparo, suas secreções viçosas.
Quando os corpos se uniram; era o eclipse esperado pelos céticos; tudo que é seu
foi derramado dentro de mim, gota a gota
prendi... Guardei em um altar para que
se torne instantâneo eternamente; seu toque no ouriçar de minhas superfícies
que se enrijecem facilmente com sua aproximação...
Beijei-te de novo...
Mais uma vez, morrendo para nascer em teus fluidos majestosos.