A lua desova recordações: a semente brota insensata buscando o sempre nostálgico. Há algo de imperfeito nas lâmpadas acesas, nos corredores dos labirintos, no ódio que me cospe e que sinto nas horas vagas, no vértice insatisfeito dos triângulos estrangulados de vazio.
A 15 metros do frio, caracóis me habitam e todo o glamour cabe no silêncio sentado perto da porta de entrada e na saída do nada. Mantenho as luzes longe.Não quero enxergar o abismo, o abissal delírio fincado no meu sexo quando há tanto mais para querer e tantas bandeiras para se levantar.Se o amanhã chegar agora que seja antes que eu emburreça, que seja antes dos quatro cavalheiros do apocalípse e do próximo eclipse e a sua injustiça.
Quando se morre por pouco tempo, não há tempo para escutar nenhum lamento, nem para diminuir o horizonte. Nesse ínterim desaprendo a ser eu e aguardo o mato crescer na boca da noite.