Espírito meu que vive aturdido
No meio de um transe dolorido
Terra de fantasmas desconhecidos
Espíritos sem lar que estão a vagar
Ao meu lado, no meu desespero
No meu mundo de pernas para o ar
A me acompanhar, sem muito dizer
Fico sem ter o que fazer
São esses espíritos de muito atrás
Que não alcançaram sua paz
Que não se desligaram da terra
E choram todas as noites
Pela vida que lhes foi tirada
Pela eternidade vazia que lhes foi dada
Tentei conversar com eles
Mas a angústia era tanta!
Não aguentei e peguei-me a chorar
Chorar de tristeza, de dor, de nada...
Oh, espíritos que não me deixam!
Pelo menos permaneçam em silêncio
Já são suficientes minhas amarguras
Vêm outras de almas escuras...
* Nanda