Enraizei-me no azulejo do
Meu banheiro, foi isso mesmo.
Que aconteceu.
O meu pé entrou no buraco
Da minha pobreza
A água molhou a cabeça
E, o sangue misturou-se dentro
Do ralo, existiam água, homem
E tristeza
Um espelho que pensei que fosse
Azulejo mostrou a face horrorizada
pela fragilidade de
Um gay
Tive coragem no momento de
Gritar, pelo corte que mostrava
Sua verdadeira personalidade.
Meu vaso sanitário comparo
Com o céu da minha boca
Tão sujo, porém doce
Pois é nele que eu gero os
Meus filhos e idealizo minhas
Mulheres e, na louça branca
Do meu cérebro cuspo a vida
De milhões de seres e, depois
A água lava a minha hipocrisia,
O meu banheiro é reinado dos vermes
Acho até que o Papa fixou
Resistência nele por algum
Tempo junto com os seus
Primos
E. masturbam-se até para
Lúcifer
A Plebe Poética:
Miguel Vieira, Ed.. Ribeiro e Antonio Rodrigues.