Eu queria poder apagar tudo
o que vivi no passado
não porque foram momentos ruins,
mas porque foram bons,
tão bons,
que não tê-los mais dói na alma.
As ausências atormentam o meu pensamento,
machuca cada artéria
que leva vida ao meu corpo.
Inspiro saudade
e expiro solidão.
Minhas forças repousam
sob os meus rastros,
grãos de poeira se fundem,
viram pó,
e são levados pelo vento.
Minhas lágrimas soam mais alto
que a minha própria voz,
pode-se ouvir ao longe
meu choro abafado
quando uma caem sobre o meu peito,
depósito de um coração saudoso...
atormetado pelo passado
Envolto em meus braços
envolvo a saudade
a brisa que chega ao ocaso,
é um abraço solitário,
sinto-me frágil
sem alma...inanimado...
sinto-me esvaindo...
Chego a sentir o teu cheiro,
o sabor do teu beijo
que martiriza meus sentimentos
alheios ao meu desejo
então, não é mais a brisa,
foi você que flutuou até mim
e me fez tanto mal assim...
Tento esquecer-te apagar...
deletando-te dos meus pensamentos
mas é impossível lutar contra o vento
que sopra contra...
arrasa meus sentimentos
me fazendo tão mal
que me dói o peito...
Creio, que a única forma é amar
amar novamente...com a mesma intensidade
apagando definitivamente
esse passado que me assombra
que insiste em contaminar meus pensamentos
Quero...desejo...apagar o passado
seguindo meu caminho...encontrando um amor
que valorize meus sentimentos!
(Fouquet, 17 de abril de 2011)