Dentre todos esses meios
Que tem pra se locomover
O mais usado, acham feio
Às vezes nem querem saber
É lento, mas necessário
Para muitos indispensável
Faz parte do rito diário
Do trabalhador responsável
Mas há razão na repulsa
Não é veículo sofisticado
E quem veste a carapuça
É tido como pobre coitado
Porém é útil e seguro
Serve a todas as idades
Ainda que não dê orgulho
Correm nele pelas cidades
Para entrar, tome fila
Logo, logo está lotado
Mas nas horas tranquilas
Nem parece um enlatado
Dentro, grande conflito
Todos querem acomodação
E cuidado com o bandido
Que pode roubar o tostão
Quem só anda de pisante
Não tem outra opção
É encarar o tratante
Do cobrador fanfarrão
Hoje pra mim é passado
Subi na escada da vida
Mas se o carro é enguiçado
Ainda é uma alternativa
Por isso este ledo poema
Em homenagem ao busão
Que há tempos me serviu
E nunca deixou na mão
Poema singelo, elaborado com colaboração de Caíto e Belinha.