Visitei a Arrábida tão bela…
Debrucei-me na sua janela
E os meus olhos encheram-se de mar.
Vi um manto azulado,
Que corria de lado para lado, com golfinhos a nadar.
De verde estava vestida,
Mas sem esperança também…
Pelas dores que sentia,
Ao assistir em agonia
Como quem vê morrer a mãe.
O inferno que lá habita
Sacrifica-a sem alma nem coração,
Com sede de riqueza…
Torturam o nosso grande pulmão…
Fui concebida em Tróia
Mas foi Setúbal que me viu nascer
Arrábida a Paixão
E Rio azul até morrer….