É certo, que tive uma certa aversão,
em escrever sobre o amor,
e era tal a minha desilusão,
por não se falar de solidariedade,
por não sermos nós a identidade,
que eu tive de ouvir o seu clamor.
Não descurando o meu idealismo
o amor poderia ter o seu lugar,
senão lutando contra o fascismo,
contra o tiranismo e a inquisição,
que tivesse a ascensão,
do amor que vai de par em par.
Nesta subtil mudança de prioridades,
estão as pessoas sozinhas,
que não tendo do destro as idades,
procuram nos poetas a emoção,
que lhes toque fundo o coração,
para se sentirem de novo rainhas.
Agora tenho escrito sobre o amor
e de permeio sobre a natureza,
que é todo este nosso esplendor
que as gentes gostam de ler,
para saber e para crer,
na mais pura e solene certeza.
A certeza que vem do conhecimento,
que o poeta transmite em versos,
pois que todo o padecimento
não tem nem razão de ser,
porque o amor, o que quer saber,
é do porquê de nossos reversos.
Mas quando a alma grita mais alto,
transmito a comoção
(qual cavalo correndo no planalto)
dos povos em sofrimento,
com todo o agravamento,
que do amor terá o seu pendão.
Jorge Humberto
16/04/11