Trago em mim um efervescente
Amor, carinhoso, cálido e nobre.
Floresceu feliz numa luz dolente
Em atitudes malabaristas,
Mescladas com brisas mestiças
E com as nuvens cor-de-cobre.
Tinha cor das sacras tulipas
Nostálgicas das casas pobres;
Das antigas casas das Minas.
É puro, fremente e penetrante
Como a ponta de um punhal.
Vai muito além do Bem e do Mal
Dos peitos sôfregos e pulsantes.
Trago um Amor de estatura gigante,
Torso, retesado na espinha dorsal;
Aprumado, gargalado e brilhante
Como jóia jaspeada em alto pedestal...
Olhos ébanos, quadris abundantes,
Linhas serenas, formas esculturais;
Uma planta carnívora desobediente,
Bárbara, que inocula na veia da gente,
Após beijos doentes, venenos... Mortais!
Gyl Ferrys