A dor me toma...
Sinto da morte o aroma
Na minha boca por sangue tomada,
Vejo em meus olhos opacos,
A cor da vida sem brilho,
Sinto na pele enrugada um rastilho
De pólvara a ser queimada.
Ouço o som fúnebre de despedida,
Na vós tremula da minha amada,
Que de seus setenta e oito anos de vida,
Passou sessenta e três comigo na estrada.
Hoje lhe digo adeus pois minha hora é chegada,
Deixando como herança dois filhos
E uma neta amada!