Vida de gaúcho
Vou tentar falar a todos
Como se fala lá no sul
Onde um caipira é xiru
Gaudério é um viajante
Um medroso é abichornado
Afeitado é um barbeado
E vai daí por adiante
Aigatê se diz com surpresa
Chinoca é moça-pureza
Tapejara é pessoa do lugar
Mate lá nunca faz mal
E se bebe no porongo
Gaucho só leva tombo
Quando no bolicho vai
Bolicho é venda de estrada
Baile lá é uma bailança
Onde todo mundo dança
E ninguém veste a paisano
Pois todo o mundo é pilchado
E que sempre cai no agrado
E não se aceita orelhano
Quando é de madrugada
Todos comem um putchero
Ensopado com bom cheiro
Que desperta toda a raça
Não há quem não se disfarça
E não se acenda por inteiro
E procura alguém na praça
Quando é já de madrugada
Que a gaita vai parando
O poncho vai colocando
E volta para a sua tapera
Esquece aquelas morochas
E antes de clarear o dia
Encontra quem lhe espera.
jmd/Maringá, 12.04.11
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