Poemas -> Desilusão : 

E A SOLIDARIEDADE

 
No encontro com a rua desnuda,
pessoas,
dobradas em quatro, sem ter o
que haver de seu,
dormem nas valetas, desta vida.

Gente passa por elas indiferentes,
omissas
ao que passa ao seu redor, sem
um pouco de pão,
que dar a estes pobres desgraçados.

É preciso esclarecer que a estas
pessoas,
ninguém dá emprego ou amor,
são renegados
relegados para planos inexistentes.

Sua má aparência repugna quem
por elas passa,
e viram o rosto para o lado, sem
se importarem
o que elas sofrem e penam pra viver.

Fala-se tanto em amor ao próximo,
que, pecadores,
nós somos, não nos apiedando
com o que vemos,
em cada esquina, nos degraus da dor.

Ninguém se interessa por estas
pessoas,
rotas, sujas, esfomeadas, com frio,
passando por nós,
com os seus parcos tesouros imundos.

Custa assim tanto parar e conversar
com elas e ouvir
suas histórias de vida, o que as levou
ao desespero,
de serem abandonadas pela família?

Sejamos mais altruístas e humanos,
não façamos,
destas palavras simples monólogos,
ofensa
para os que já são tão ofendidos.

Jorge Humberto
09/04/11


 
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jorgehumberto
 
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Enviado por Tópico
Ricardo_Barras
Publicado: 09/04/2011 17:45  Atualizado: 09/04/2011 17:45
Da casa!
Usuário desde: 03/04/2011
Localidade: Lisboa, Portugal
Mensagens: 387
 Re: E A SOLIDARIEDADE
Caro Jorge,

O seu poema é dificíl de comentar... não pede "bravos" nem aplausos. Pede entendimento, prática, acção!

Homenageio o seu poema quando ajudo alguém.

Abraços, Ricardo

Enviado por Tópico
Volena
Publicado: 25/04/2013 14:54  Atualizado: 25/04/2013 14:54
Colaborador
Usuário desde: 10/10/2012
Localidade:
Mensagens: 12485
 Re: E A SOLIDARIEDADE
Gostei da boa poesia
do tema então muito mais.
Ainda bem que hà gente boa
que se lembra de falar
em coisas tristes mas tão reais.
A vida é cantada em poesia
e a miséria humana também
para acordar tanta gente
que só vive em letárgia.

Parabéns. Vólena