Eu, que senti o que jamais sentirei,
Fogo que queimava outrora a alma,
Que hoje não passa apenas de trauma,
Lembrei tal dor, que nunca mais lembrarei.
Eram duros esses tempos ardentes,
Que chamavam em silencio o inferno,
Onde deixei meu coração eterno
Chorando por mim, lágrimas clementes.
E agora sem arrependimentos
Eu vivo a vida entre animais
Que me parecem muito mais que mortos.
Eu proclamei as palavras abismais
Que mataram os nossos sentimentos
E acabaram relações colossais.