Desce a tarde, por cima do sobrado,
a horizonte, as cores matizam o céu,
com as águas do rio e com o cercado,
bem ao lado. E há um certo escarcéu
de pássaros, içando-se dos canaviais,
indo na direcção do sol que se esvai,
por entre os vermelhos, e cores tais,
até que a lua, num repente se retrai.
Ainda luz o sol e a lua espera sua vez,
de tomar em mãos largo firmamento.
E os animais, escapam-se pela fluidez
da aragem, que os levará para dentro.
Finalmente anoitece e a lua é senhora,
das horas que a cercam até de manhã,
e é tal o esplendor de que é possuidora,
de que isto tudo não pode ser coisa vã.
Jorge Humberto
08/04/11