Abandono
Vivendo só, triste e desesperada,
No labirinto do amor se perde.
Infeliz, ao céu sua voz ergue,
O seu desejo é carne abandonada.
Numa ânsia de entrega deliberada,
Entre os cetins e rendados se perde.
Num corpo que a idade deixou imberbe,
Habita agora uma alma destroçada.
Na longa espera vai debitando,
A retalho, prazeres aqui e além.,
Corpo feito, o colo d’alguém buscando.
Sua procura um constante vaivém,
Seu corpo gingando, seu corpo arfando,
No périplo amoroso se entretém.