Poemas : 

O Grito de Edvard Munch

 
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I

Sai escarrado
Jorra pra dentro
Regurgita tinta
Tentei ignorar
Ser diferente, outro
Mas não há escolha
Não tem jeito
quando
Não há meio
caminho
desculpa?
Está lá
Desenfreio...

II

Jorra ventre adentro
10 dedos espalmados
disforme visão
no céu emoldurado
da boca do estômago
sensação indigesta
fermentada bílis
Visceral desgosto
Manancial de pragas...

III

Céu ao reverso
Vermelho sangue
Línguas de fogo
Combustão insaciável
Lamaçal oceânico
Denso azul profundo
Saliva espessa
Desgosto fixo
ao suor já seco
na carne flácida
descolada da alma...

IV

Badala alto na cabeça
pesa o fardo que empurra
boca afora em angústia
Extremos ruídos afiados
Abrem, na carne, buracos
libertam anseios macabros
crias do cinismo diário
ganham vida eterna:
Grito de sem palavras expressa!

Eduardo Lazaro
http://ebrancaglioni.blogspot.com/


Eduardo Lazaro

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Autor
ebrancaglioni
 
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