A face passa pela calçada
Abatida descaída
Sem saber, um porque
Ou essa razão
Me entristeço por não ver
A mão na mão
Nos pés que caminham calçados
Nas incertezas
Dum solo acidentado
As fumaças são de apelos
Em cada cancro que amanhece
O choro e silencioso
Queira eu lá vê-los
O idoso que espera a morte
O casal que enfrenta a pouca sorte
A criança que é derrotada na infância
Não a quem reconforte
Entre apelos de salutar
De tão vazios
Eu escuto o grito do mundo
Que envelhece
Sem esperança de lutar
E talvez eu minta
Na verdade
Que é o amor
Onde esta para que o sinta
Na face da dor
Que horizonte é este
Sem testemunho para passar
Que deserto é este
Sem um abraço para dar
Na lágrima que rola
Em olhares desolados
Eu levanto a cabeça
Para avistar cabeças baixas
Traídas pela incerteza
Sem futuro
Ou rumo de um leme
Navegamos por mares incertos
Entre ventos fortes
De homens sem coração
De um poder
Sem razão
Em que tudo apelam para uma nação
Que transformam em morte global
De um mundo assassino
Que nenhuns olhos viram como igual
E talvez sejamos pedras
Esculpidos por homens sem coração
Se achando um grande escultor
Brincando com a vida ao falso amor