Neste dia de imenso calor
onde o céu
ébrio se mostra num azul
que vai além dos azuis,
pouso minha pena e dou
por mim a pensar, que,
nem todos, podem gozar
este sol com tranquilidade.
Porque o sol quando nasce
não é
realmente para todos, mas
só para alguns, que têm
sua vida bem encaminhada,
esquecendo os que na rua
passam sem pão pra comer
e de roupas esburacadas.
As portas estão fechadas
para estas
pessoas, que precisam de
uma mão amiga, que os
traga de volta ao mundo,
e lhes faça sentirem-se
realizados e importantes,
perante a sociedade.
Mas o maldito estigma e
vis contos,
acerca destas gentes, lhes
impede de entrar pelas
portas cerradas, abertas
só para concursos e nem
isso cumprem às vezes,
as empresas.
Se quem tem estudos e
profissão
se vê na iminência de ter
de ir para a rua varrer,
o que será daqueles que
nada têm, nem estudos
nem nada, nem ofício que
os equipare aos demais?
Jorge Humberto
05/04/11