Poemas : 

Bibelôs

 
Parados, compenetrados na sua função,
Enfeites mal tratados
Pelo pó que lhes invade o coração.
Talvez estúpidos, usados,
Cubardes pela fraca capacidade de contestação.

Abstractos com nome,
Decadência decadente
Ruídos pelo predador sem fome,
Cheio de sede ardente

De olhos abertamente tapados
De simetria assimetricamente perfeita
De cores e moldes estereotipados
Uma beleza manipuladamente feita

Exterior limpo, compactamente descompacto
Oco, sem essência, sem coerência exterio-interior
Usadamende desusado, inutilidade de um acto
Símbolo sem significado, objecto sem valor

Identidade propriamente imprópria
Apenas é vontade exterior
Besta que não procria
Uma utilidade sem valor.
 
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Zarpante
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