Olá!
Deixa que te diga: começar um texto, conto, lírica que apaixone, cative e envolva alguém que leia, é algo extremamente díficil quando não se possui um tema concreto.
Ainda bem que tenho!
C'est toi, et ton odeur. Mas em que medida? Oh, na casualidade que me persegue, no tão inocentemente jubilado prazer que me ocorre de tudo o que provém de ti.
No teu beijo, no teu toque, no simples contemplar-te. E porque não o cheiro também?
O teu cheiro envolve-me, embriaga-me: como se bebesse a bebida mais fortemente recheada de álcool, no sabor mais delicioso que tal evento me permite degustar.
No prazer complexo que envolve o próprio beijo, em beijar-te, toda a sensação se une e purifica... o tacto me apaixona, o entusiasmo me prende, o sentimento me consome... e o cheiro? Oh, como o cheiro me mortifica, no seu sublime prazer.
Maaas, um grande maaaas, esqueço-me de raciocinar outra coisa ainda: a tua sensualidade, oh, minha querida.
Não tenho muito a dizer. És sexy, és linda.
E até nisso se alia o teu perfume.
É como se...
... quando chego a casa? Quando nos separamos, na infelicidade que mais tarde provirá. Ainda sinto os teus beijos vaguear-me nos lábios, o teu toque no meu corpo, a tua voz nos meus ouvidos. E que mais tenho preso a mim? Tenho o teu cheiro, o teu aroma, o teu perfume, que me embala durante dias seguidos, até se desprender de vez.
O teu perfume fica. Até ir, decerto, mas fica.
Rejubila a minha pessoa. É que, bem, eu sou teu, não tenho dúvidas de que seja. E quase que te sinto próxima de mim... até se esvair, sangrar a última gota que tem para dar, e o teu aroma se libertar.
Estou tão feliz quando estou contigo.
Tens razão, poucos dias depois essa felicidade cai, quase cessa. São saudades que tenho, acredito que o mesmo suceda contigo.
Olha, hei de fazer como o maníaco perfumista! Levo ligaduras com gordura de porco altamente refinadas, somente para te retirar esse aroma e me permitir o prazer de de vez em quando abrir o pequeno frasquinho de "Essencia d'Pessoa" e sentir parte de ti ainda próxima... fechar os olhos, sentir o teu toque nos confins da minha mente, e os teus lábios nos meus.
Ahah.
Tu, tu.
Pois deixa que te diga
Qual prazer de ignição
Que o que mais me rejubila
Será talvez o fogo da paixão
Faz parte o teu perfume
Esse aroma divinal
Que atiça ainda mais o lume
A um Amor que não arde mal
Ainda bem que tenho lenha
Montes de lenha por arder
Pois até que outro dia venha
Tenho de aguentar até te ver
Aquece também o teu fogo
Deixa, que eu beijo-te em desespero
Beijo no pescoço, no corpo, nem espero
E beijo-te na boca ardendo frio no acompanhamento do nosso vazio intemporal: quando fecho os olhos, lembro-me de ti, de tudo o que envolve o nosso beijar.
Piscamos os olhos tantas vezes ao dia!
Dormimos com os olhos fechados!
Tantas oportunidades para te relembrar.
Ahah, meu amor, passo o dia a sonhar.