A arma de arremesso do poeta é
a palavra,
sua sabedoria serve como
ensinamento para quem o lê,
mas é preciso ler com a mesma
humildade com que ele pôs em
verso a palavra destemida.
O poeta não obriga ninguém a
nada, apenas
que o julguem pelo que diz, sem
lhe exigir mais que a sua alma,
em cada gesto alinhavado no
poema, que ele constrói com
amor e às vezes uma distinta dor.
Poeta sente a sua dor ou o amor,
numa maior
escala que uma pessoa normal,
que reage mais do que age,
pensando muitas vezes, só depois
da ocorrência, enquanto o poeta
vai mais longe pelo pensamento.
É o pensamento e sua emoção
sensitiva,
que o faz chegar às outras pessoas,
porque se conhece como aos
demais, por isso seu ensinamento
é válido, mas não opressivo ou
castrador, o que faz com que o
leitor tenha liberdade de escolha,
de recusar
o que o poeta tenta que ele (leitor)
apreenda e faça do que leu, sua
escola, para a vida de todos os dias.
Está tudo nas mãos de quem lê,
se quer ir mais além e sonhar,
que tudo pode ser diferente, se for
pelo que o poeta
se baseia e nomeia, ou se prefere
a mesmice de sempre, que leva
ao desleixe e à omissão, do padrão
de vida, com que as pessoas,
muitas vezes se vão acomodando.
Jorge Humberto
03/04/11