Tuas lágrimas, que de mim escondes,
para não te ver sofrendo,
são quais cristais nascidos da terra,
que com a chuva mostram-se ao mundo
e frágil choras por dentro.
Choras um mundo perdido, às avessas,
onde o egoísmo impera,
as guerras desmembram crianças e
pessoas pacíficas, que não têm mais para
onde ir, senão defender a sua pátria.
Sensível como tu és, vês a carne
explodindo em mãos, por conta de um
fundamentalismo, que, na sua cegueira,
não se importa em levar o terrorismo,
até aos mais infundados alicerces.
E o teu pranto é uma dor que dói por
dentro, na carne, na razão, que tu vês
sem fundamento, e na televisão,
escorre o sangue do cândido, por mais
uma bomba despoletada, a meio a gente.
E teus lindos olhos, rasos de água e de
uma mágoa infindável, não se
conformam com este mundo tão violento,
onde, por conta de uma bala perdida,
jaz agora no chão, trespassado, um homem.
Jorge Humberto
02/04/11