Poemas : 

Dia da Terra - Lizaldo Vieira

 
Dia da T E R R A - Lizaldo Vieira
Você que é filho do mesmo útero
Que não tem outra mãe
Nem onde ficar
Vive do que produz a superfície
O solo
O subsolo
A água
O ar
E em derredor
Demos a mão pra ir em frente
A mãe doete
Já pede socorro
Viver a vida por aqui
Não é mais viver
Vida repleta
Está poluída
Queimada
Devastada
Arruinada
Fedida
Gaia reclama com razão
A dor do parto
Por filho ingrato
Que não a ama
Sem compaixão
Você que dorme
E como
Consome suas entranhas
Suas águas
Tuas nascentes
Teus bichos
E Plantas
Sente o ar fresco
O aroma das matas
Deslizando no rosto
Não tem desgosto
Dos rios e oceanos entupidos
Fedidos de lodo
Esgoto
É pau e pedra em todo lugar
É o fim do caminho
Como chegar
Onde respirar
Ar puro tá caro
Só embalado
Terra fértil
Terra farta
Terra sadia
Prometida
Mundo pequeno
Abandonado
Devastado
Mundo veneno
Nesse seu dia
Mais que poesia
Quero providencias
Sou um a mais na constelação
A defender meu latifúndio
Meu velho mundo
Dou-lhe a mão
Vamos sair desse lugar
Pra onde fugir
Meu lugar é aqui
Nossas vidas coexistem
Quero ver-te preservado
Nosso Earth Day


Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
Autor
Lizaaldo
 
Texto
Data
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1774
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