Um dia encontrei-te lastimavelmente mal
Sofrias pelas travessuras da vida
que a tornara, infelizmente, infernal.
Sofrias amargamente e recolhida.
Falamos calmamente e pedias um ombro
de-te o meu para que te pudesses confortar
a pouco e poucos dizia cada assombro
que te apoquentava e, habilmente, te derrubava
Depois caminhamos até às portas de tua casa
por entre conversas profundas fiquei perdido,
tinha decidido não ter afilhada sob a minha asa
mas pediste e eu aceitei porque era um pedido
Caminhamos passo a passo, erguemos o teu ser
não pedi nada em troca se não a tua fiel amizade
e fomos construindo o nosso mundo sem poder,
sem guerras ou concorrência mas com profundidade.
Mas as nossas vidas não são só rosas
temos outras forças muito poderosas
que nos impedem alguns caminhos
por serem de fatais desalinhos
Desejo-te, como não posso desejar
sinto-te, como não posso sentir
falo-te, mas não do que devia falar
minto-te, sem te querer mentir...
O que vou fazer? Bem perguntas
mas resposta não te tenho para dar,
se não que sei que te vou respeitar,
quer em vidas separadas, quer juntas.
Omito esta real realidade para te proteger
não te quero magoar nem ver sofrer.
Conheço todo o teu ser e a todo quero
que este “querer” desapareça é o que espero...
És o fruto proibido que não posso comer
mas ironias do destino quero-te colher...
Com esta simples quadra vou terminar.
Serás a única rapariga que vou desejar!