Poemas : 

Mal amado

 
Rogo tua face no peito
Sem seus traços conhecer
Rasgo os olhos no leito
Para do teu sangue poder beber

Sofrimento rasga o vento
Esperando ser salvo
Rasga o tempo e um lamento
Sou só dele escravo

Ai, maldita
Hora essa
Maldito fado
Morrer sem ser amado
Morro para que padeça
A pessoa que me fita

Teus olhos longe estão dos meus
Sem virtude nem razão
Talvez se encontrem com os meus
Noutro dia de solidão

Mas o fogo que me deu vida
Matou-me o denso fado
De onde não há saída
Para sempre mal amado...





Pedro Carregal

 
Autor
PedritoDomus
 
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