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[se afastou de mim intensamente]

 


não tirem o vento às gaivotas - sampaio rego sou eu


[se afastou de mim intensamente]

– não minha amiga –
afastei-me apenas da claridade desnecessária. aquela que em vez de aclarar acaba por cegar com brilho o que não é brilho - o teu amigo contínua dentro das palavras. mesmo naquelas que por momentos te possam confundir com outro amigo qualquer que um dia partiu sem te dizer adeus - acredita que estou sempre aqui. sempre. e quando não estou a escrever estou deitado a descansar nas linhas em branco que deixo sempre entre o fim de uma história e o começo de outra – sempre te leio e sempre aprendo com tudo que tentas dizer. com viagens ao interior dos teus olhos que é o teu mundo – eu. eu sempre aqui. aqui sentado a ver-te pintar o mundo com palavras. com orações subordinadas ao teu universo que é tantas vezes meu também - eu sou eu. sou pouco mais do que nada. serei sempre este pequeno nada – tenho dias que apenas sou o que consigo ler de todos aqueles que com palavras me matam a dor de não saber escrever. nesses dias ainda sou mais teu amigo. estou mais aí. mais perto do que somos – afinal somos palavras
 
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sampaiorego
 
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Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 12/04/2011 15:00  Atualizado: 12/04/2011 15:00
Membro de honra
Usuário desde: 25/01/2009
Localidade: Pouso Alegre - MG
Mensagens: 18598
 Re: [se afastou de mim intensamente]
Palavras sem fim... bjs pra ti


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 27/04/2011 16:57  Atualizado: 27/04/2011 16:57
 Re: [se afastou de mim intensamente]
se para Eugénio de Andrade, uma sílaba podia ser a salvação, aqui a possível salvação encontra-se nas palavras escritas, mas também nas linhas em branco que ficam entre o fim de uma história e o começo de outra.
gostei.


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