Tentar explicar-me um pouco não vai adiantar
As palavras se mostram ambíguas de um jeito inesperado
Afiadas, assim, a cortar a garganta, “difíceis de serem pronunciadas”.
Tão pesadas, toneladas a me esmagar a mente, dói a cabeça, (martelam) conseqüentes de um querer não pensar.
Dize-las a ti não melhoraria nada, talvez você se desfizesse delas, jogasse no lixo, e as cinzas sopradas pelo vento voltassem a bater na minha porta.
Ouvi-las de um modo a não se entender seria desgastante e triste, realmente triste e inútil.
Engasgado com elas, gritaria para me desacorrentar da angústia, mas não, sorvo cada significado imundo, guardado ali...
Torno-me o fantoche negligenciado, atormentado e angustiado.
E que façam o que quiser não me importo (não mais)
Elas estão ali ainda, pode ter certeza... Repousando frias no coração, arranhando a alma com tua áspera significância, pesando o consciente e deteriorando o subconsciente.
Tornando-se a cada dia uma parte maior da minha vida e sorvendo cada minuto que declaro ao sofrimento
Tornando-se a minha existência mal compreendida, insatisfeita... Obrigando meu coração a parar a cada segundo que parece imortal.
Se eu digo que quero continuar “é verdade?!”, mas eu sei que estou secando.
A verdade dorme, eu estou ali esperando, engasgado no grito silencioso do meu peito.
Eu queria pegar na tua mão e sentir que tudo é tão fácil, mesmo que por uma última vez (suspirar), sentir o ar límpido se tornar parte de mim, voltar a entender a vida.
Mas eu estou aqui, guardando, ocultando, tentando não deixar que você veja aqui dentro... Não posso ousar se quer lhe falar (somente saber)... Estou engasgado com as palavras.
Acho que estou apaixonada pela minha tristeza....