Porque foges de mim, borboleta tonta!?...
Tu, que pousas sobre as pétalas do meu jardim.
Para meu espanto, com tuas asas de cetim,
E de amores, sempre a bailar, te fazes fingida.
Com encanto de tua beleza estás-me a cegar,
Sem meus dedos, ter o prazer de te tocar.
Angustiado fico a ver-te fugidia, ao longe a voar,
Com coração despedaçado, a morrer de magoado.
Sem pena da minha condição, para longe partes,
Com a traição do teu brilho colorido perfumado,
Deixas-me preso à terra, a contemplar desconsolado.
Manuel Lucas