Nasce a lua na tranquilidade da noite,
desce sobre o plano do rio,
cobrindo-o de prata e de brisas
nocturnas.
Em sua orla barcos descansam seus
remos de sal,
que as mãos de pescador lavam,
à luz de candelabros antigos.
Cá fora o frio faz-se sentir, nas faces
marcadas pelo sol
e pelo salitre, como gumes de faca,
fincando-se na carne.
Empoleirados nos caniçais, junto às
águas azuis pardacentas,
bandos de pássaros descansam suas
asas, cansadas de voos.
Aí adormecem, no calor dos corpos,
parecendo enfeites
vivos, velando, à vez, a noite e seus
predadores noctívagos.
É noite de lua cheia, que pousa sobre
as casas suas mãos,
seguindo a sombra dos gatos, na caça
há muito lançada.
Clareando janelas abertas, para o fora,
chama as pessoas
a olharem o céu, para a enaltecerem,
bonita como está.
Tudo luz e reluz e é descanso para os
olhos cansados,
que se põe a admirar tamanha beleza,
com um sorriso nos lábios.
Jorge Humberto
23/03/11