Não fosse esse orgulho pretensioso,
Esse medo de confessar minhas fantasias,
De dizer das tantas vezes que já te amei,
Nos tantos sonhos que já vivi acordado,
Tendo-a lindamente em meus braços.
Não fosse a insegurança de ser preterido,
Já teria confessado que teu jeito me cativa,
Que seu riso me faz viajar na tua boca,
Que teu corpo me alucina todo dia,
E que teu perfume sempre me acompanha.
Teria dito dos versos que já lhe compus,
Todos vindos da pulsação do meu coração,
Na exata harmonia com que ele te quer,
Com todas as rimas que combinam contigo,
Versando todos os desejos que me provocas.
Enquanto a coragem não toma forma,
E me instigue a confissão do meu segredo,
Vou deixando que o coração palpite forte,
Em cada toque acidental que nos ocorra,
Rogando que teus olhos e sentidos adivinhem.
E assim vou tentando te conquistar todo dia,
Com os discretos agrados que meu peito dita,
Desejando que meu querer crie forma e voz,
Sonhando com o regalo da reciprocidade,
Esperando que o dia seguinte desflore a iniciativa.