(a Fernando Pessoa)
Poeta maior, que a língua materna
nos deu, aí junto à Arcada, puseste
toda a tua sabedoria, mais a terna
palavra, dos régios avós. Soubeste
descrever, como ninguém, a língua
que te regia, em cada verso legado.
Dos teus heterónimos, a vil míngua
não coube, porque tu eras chegado
a todos eles, que à vez, vida textual
assumiam, e tua caneta era mundo
e eles o teu saber, em um segundo.
Livretes de poesia, letra consensual
usavas, e os livros, que viste nascer,
disseram-te da cor que o verso ia ter.
Jorge Humberto
22/03/11