Não aceito,
não sou obrigado a aceitar,
não mereço o quase nada que estás a me dar.
Não é uma questão de merecer,
ouço-me a dizer,
mas não recuso a deixar-me levar,
por pensamentos que desejam te tocar.
Mas não, não aceito,
não sou obrigado a aceitar,
depois de tanto me dar!
De tanto praticar o verbo amar.
Não é questão de merecer,
ouço teu silêncio a me dizer,
e faço força para não te incomodar,
mas ao longe tento soprar para teu ar.
Pois na verdade aceito,
o quase nada que tens para me dar,
e brilho como estrela quando recebo algo de ti,
canta a vida feliz para mim.
Talvez seja o que eu acabe por merecer,
devida minha própria maneira de ser,
e perdoa-me te incomodar,
mas não resisto a tentar-te tocar