Mais uma cruz neste jardim de pedra,
choro sem fim, tristeza sem regra.
Mais um corpo aprisionado
junto a outro lado-a-lado.
Mais um com destino traçado,
ser só mais um acabado.
Viveu,
mas é aqui que mora, no jardim,
é diferente do que vejo agora,
está a olhar para mim
com a língua de fora.
encubados em filinha
todas estas caras,
mais feias do que a minha.
mas são outras as preocupações
que tenho para este pequeno:
quero que tenha algumas noções
e que viva a sua vida em pleno.
Pensava agora em teus passos,
caminho de sucessos e fracassos,
os teus objectivos sem meta,
corrida para uma felicidade da treta.
Farás todos os recados,
como se fosses um criado
num futuro viciado,
para no fim
seres só mais um falhado,
no jardim
com os outros deitado,
iguais a ti e a mim,
todos lado-a-lado.